sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Paixão pela pesca

Não podia escrever um blogue sobre a pesca, e ainda menos sobre a pesca á truta no Minho, sem falar da paixão pela pesca. Como todos os sentimentos, é bastante difícil explicar este em concreto, mas vou tentar descrever um pouco o que sentimos.

Para muitas pessoas, quando se fala de pesca a primeira imagem que surge no seu pensamento, é o “homem” com uma cana na mão á espera que o peixe se suicide.

Embora este também é um tipo de “pesca” utilizado por muitos, a pesca á truta não tem qualquer semelhança com esta imagem.

A truta, como outras espécies, têm períodos de pesca definidos, a abertura da truta é em 1 Março de cada ano.

Somos todos diferentes, mas normalmente quando chega a Novembro ou meados de Dezembro, começamos nós “pescadores” a encontrar-nos nas casas de venda de artigos de pesca, a visitar os amigos da pesca, e tudo isto, apenas para pudermos falar um pouco sobre a pesca, libertar-nos um pouco a ansiedade que nos começa a preencher. Parece que nunca mais chega o dia um de Março.

Lá compramos nós algo mais para a pesca, possivelmente alguma coisa que não precisamos e nem vamos utilizar, mas o comprar já acalma a ansiedade.

Mas quando o ano termina e começa o novo, aí já estamos em contagem decrescente, é altura de tirar licenças, preparar o barco, revisão ao motor, preparar o reboque, ver canas e carretos, ver amostras e rapalas, olear e por massa nos carretos, linhas novas. Tudo têm de estar bem. O tempo agora já está em contagem decrescente, mais uns telefonemas para a capitania para ver se não existem alterações ás leis.

Tudo é preparado ao pormenor, esta preparação ajuda a que o tempo passe um pouco mais rápido, seja mais fácil esperar, pelo grande dia.

Assim andamos nesta ansiedade dois ou três meses, trocamos ideias com os amigos sobre onde vamos pescar, como, quando, técnicas? etc.

Quando finalmente chega o final do mês de Fevereiro, estamos a explodir, chegamos ao ponto de voltar a ser criança, quando tínhamos o nosso passeio na escola primária e que não conseguimos adormecer. Na abertura da pesca, acontece algo semelhante, não adianta ir para a cama ás 22horas pois temos de nos levantar ás 4 horas, apenas teríamos mais tempo a olhar para o relógio á espera que fossem 4 horas, praticamente não dormimos, e quando dormitamos é no máximo neste primeiro dia entre 1 e 1,5 horas.

Quando chega a hora não custa levantar, tudo se faz com prazer, sempre neste dia, chegamos ainda de noite ao rio, colocamos o barco na água e esperamos, esperamos que o dia nasça, mas esperamos no próprio rio.

Começa a pesca o barco não para, percorremos Km durante todo o dia, experimentamos rapalas, os rapalas são peixes artificiais que imitam normalmente um peixe ferido, o que provoca que as trutas ataquem, resultando um ataque por vezes violento. A paisagem é magnifica, normalmente a água do rio é transparente nos lugares baixos, estamos rodeados de patos bravos, mergulhões, até Cisnes selvagens já vimos, raposas, esquilos, etc. A cor verde é dominante nas margens, estamos no meio de um lindo postal, cheios de sono, cansados por não dormir e pelo esforço da pesca, mas satisfeitos, contentes, e vivos.

Temos a sensação que temos tudo o que queremos. E de facto tudo está aí.

Este é um dia único, os seguintes são também optimnos, mas este a abertura é único.

Assim numas breves palavras espero ter descrito um pouco desta paixão, deste belo desporto que nos faz sentir vivos, bem e em pleno sintonia com a natureza.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Minho 2010

O ano de 2010, ficará "marcado" na pesca á truta do Minho, por vários factores.
  1. Pela chuva intensa que se fez sentir, quer em Portugal, quer em Espanha este ano, o que provocou enormes cheias e um caudal do rio fora do comum. Este enorme caudal provocou ainda que a abertura no Minho "fosse mais tarde", dado que no dia 01/03/2010 o rio estava fora das margens e não permitia o acesso aos barcos. Apenas da margem, mas com muita dificuldade e apenas algum tipo de pesca.
  2. Talvez os factores atrás descritos, tenham levado a que muitos pescadores, sobretudo de pesca de barco, tenham desistido, ou pelo menos tenham ido menos vezes á pesca. Nunca vi tão poucos barcos a pescar ao sábado no Minho.
  3. Talvez também pelos dois factores atrás referidos, nunca nos meus mais de 20 anos a pescar de barco no rio Minho, vi o rio com tantas trutas. Talvez não tão grandes como em anos anteriores (bastante anteriores), mas também com bons exmplares, mas em quantidade, sem qualquer comparação com outro ano. Foi o ano em que deu para tirar "a barriga de misérias". Ficará marcado como o ano de 2009, ficou na pesca em Pisões.
  4. A influência do caudal deve ter sido muito importante, dado que nos anos anteriores, as trutas ficavam em grande quantidade no mar, os pescadores profissionais apanhavam-nas nas redes, desde o Porto a Caminha (foz do Minho). Este aumento de caudal, deve ter permitido uma entrada em número de trutas muito mais elevado que nos anos anteriores. Depois a falta de "pescadores" comparado com os últimos anos, permitiu que aos pescadores que este ano tiveram a sorte de pescar no Minho (pelo menos de barco, dado que das margens o  rio não permitia que os resultados fossem tão bons, não permitia o acesso pelo caudal, aos melhores lugares, e ainda pela cor da água, água de barragem com cor), permitiu aos pescadores de barco, baterem "recordes" consecutivos de número de trutas pescadas, e números que nem nos nossos melhores sonhos, poderiam acontecer.
  5. Claro que com todos as alterações no rio, o caudal alterou fundos, alterou os locais onde normalmente as trutas se alimentavam, e "alterou" ainda a cor das amostras que tivemos de utilizar, dada a cor das águas. Tivemos de nos adaptar mais uma vez, quer á cor das "amostras" quer aos locais, pois as trutas estavam em lugares um pouco diferentes de anos anteriores. Quando pensamos que conhecemos o Minho, vemos que estamos enganados, mas ainda bem, pois assim redescobrimos, novamente este belo rio.
Todos estes factores levam a que este ano fica marcado na nossa memória como um ano fora do comum. Um ano de pesca fabuloso.
Como nem tudo pode ser bom, apenas a beleza do Minho foi para já um pouco afectada, dado que a cor da água, que é retida nas barragens, e depois são obrigados a enviar em grandes quantidades, provocando que a cor da água, não seja transparente, o que faz do Minho um rio belo, limpo, e onde podemos normalmente ver os fundos, os peixes, as amêijoas que são um dos alimentos das trutas, a cor das ervas que crescem no rio, que este ano está a acontecer bastante mais tarde, permitindo uma melhor a mais eficaz pesca.
Embora ainda reste algum tempo para esta pesca, não existem dúvidas que este é o ano melhor em termos de pesca, desde que aqui pesco. Já pesco neste rio de barco á mais de 20 anos e da margem á mais de 30 anos.

Para melhor recordar anexo esta foto, de uma parte de pescaria (tirada durante um dia de pesca, ainda que não terminado esse dia). A mão, palmo que são cerca de 20cm, serve apenas para ter uma noção do tamanho das trutas. dado que no barco, não ficam trutas com menos de 30 cm, conforme a lei sobre a pesca no Minho.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A beleza Minho 1

Esta fotografia mostra Tui, vista do meio do rio.
Nesta foto podes ver duas ilhas junto a Valença, uma em frente, outra á direita. O Minho em todo o seu percurso, forma um conjunto de pequenas "ilhas". Todas bastante bonitas.

Nova foto de Tui, de outro angulo, onde realça a Beleza desta cidade Espanhola, vista do rio Minho.
Esta foto, foi "tirada" junto a ponte antiga que liga Valença a Tui, a que vemos acima, e ao fundo vê-se a Ponte Nova.

Foto da ponte antiga, vista do meio do rio.


Vista sobre o Minho, realça o verde que faz parte e acompanha sempre este belo rio. Entre Pontes.
Nova foto da ponte antiga.
Agora Valença, tambem uma linda cidade, parte histórica vista do rio.
As trutas mariscas, que fazem parte deste rio.