Este ano finalmente resolvi pescar á savelha e foi uma surpresa muito agradável.
As savelhas do Minho são bastante grandes, atingindo os dois kilos. As savelhas mais comuns rondam um kilo.
Talvez por ser uma pesca muito semelhante á pesca ao robalo, á borracha, que eu gosto muito, também gostei bastante desta pesca.
As borrachas utilizadas são imitações do meixão, e podem ser em várias cores, entre o branco, amarelo, vermelho e outras cores.
Talvez por ser um período muito curto, de 15 de maio a 15 de junho, e a extensão do rio em que é pescado não ser muito grande, é a pesca onde se acumulam mais pescadores.
Temos no fim-de-semana de ir para o rio muito cedo, cerca das 04:30 para conseguir arranjar vez. Mesmo a esta hora já estão vários pescadores locais nos lugares mais procurados.
Nunca vi uma pesca
onde tantos pescadores estão “ombro a ombro” a pescar, e mesmo assim não se vêm
grandes discussões, pelo contrário estamos a pescar num ambiente amigável e de
camaradagem.
Embora seja melhor pescar de barco, pois
podemos estar em lugares mais eficazes, a pesca da margem, embora com demasiados
pescadores é bastante agradável. Foi esta última que experimentei, no próximo ano
irei fazer esta pesca de barco.A savelha tem um ataque semelhante ao robalo, talvez um pouco mais violento, o que nos dá um grande prazer, quando conseguimos pescar algumas.
Exige um pouco do pescador, pois temos de durante horas seguidas fazer “lançamentos” consecutivos, e recolha, pois temos de ter a borracha a trabalhar quando as savelhas passam.
A chumbada utilizada é de cerca de 35 a 40 gramas, mas estamos continuamente a lançar.
É de facto uma pesca
emotiva, pois estamos sempre á espera que a qualquer momento, tenhamos um
ataque violento á nossa borracha.
Como normalmente saem
algumas, como somos tantos pescadores, alguém de repente pesca alguma. Este
efeito motiva os restantes.
É uma pesca que
aconselho a quem gosta de pescar com artificiais, e alguém que gosta de fazer
pesca muito activa (nunca estamos parados).
Junto anexo texto
sobre a savelha recolhido na Net, no entanto as savelhas do Minho são maiores
do que as que este texto enumera.
Nome comum: Savelha, Saboga.
Nome científico: Alosa fallax (Lacepède, 1803)
Hábitos e Habitat: A savelha é uma das espécies de peixe pertencentes à
família Clupeidae, na qual também se incluem espécies como a sardinha e o
arenque. A savelha, ou saboga, possui o corpo fusiforme e comprimido
lateralmente. Apresenta 4 a 8 manchas pretas atrás do opérculo, bem visíveis
sobre a cor prateada dos flancos e ventre. O dorso possui coloração azulada e
brilhante. As escamas desta espécie são grandes, suaves e pouco aderentes. No
ventre possui uma linha de escamas diferentes das restantes – escuteliformes -
que formam uma quilha ou carena (Figura 1). As fêmeas atingem as maiores
dimensões e longevidade, cerca de 55 cm e aproximadamente 1 kg, podendo viver
até aos 10 anos.
A savelha
ocorre no Atlântico Nordeste, desde a Escandinávia até às zonas costeiras de
Marrocos, incluindo o Mar Mediterrâneo, Mar Báltico e Mar Negro.
Esta é uma espécie migradora anádroma, que ocorre não
só em meio marinho, como nas zonas costeiras, mas também em estuários e na zona
mais a jusante dos rios (mais próxima do estuário). Em Portugal ocorre nas
bacias dos rios Minho, Lima, Vouga, Mondego, Tejo, Sado, Mira e Guadiana. Na
bacia do Douro já não existem populações viáveis, embora se continue a
verificar a entrada de indivíduos erráticos.
As savelhas são peixes que formam cardumes que se
movimentam ao longo de toda a coluna de água, e diz-se por isso, que são peixes
pelágicos. Quando em meio marinho, vivem a profundidades na ordem dos 200 a 300
m.
É no meio marinho que as savelhas se preparam para a
migração de reprodução. No início da Primavera, entre Março e Abril, os
cardumes de savelhas agregam-se nos estuários. Em Maio começam a subir os rios,
quando a temperatura da água varia entre 10ºC e 12ºC. Esta espécie necessita de
intervalos de adaptação à diferença de salinidade da água, à medida que sai dos
estuários e começa a subir os rios.
Os machos iniciam a migração para montante dos rios
umas semanas antes das fêmeas. O local escolhido para a desova, geralmente tem
substrato arenoso, com algumas pedras e vegetação aquática. A desova ocorre em
Junho e Agosto, sempre durante a noite, em que a agitação de numerosas savelhas
a chapinhar à superfície da água produzem um som bem audível. Após a
turbulência do frenesim da desova, os ovos fecundados afundam no leito do rio,
permanecendo sobre o substrato de areia, lodo ou gravilha, e eclodem decorridos
4 a 6 dias (dependendo da temperatura da água).
Após a desova, os adultos que deixaram de se alimentar
durante a época de reprodução em água doce, regressam ao mar, podendo ainda
voltar a reproduzir-se durante cerca de 3 épocas. No mar, os adultos alimentam-se
de pequenos peixes e crustáceos.
As pequenas larvas de savelha alimentam-se de plâncton
e invertebrados dulciaquícolas à medida que são arrastadas pela força da
corrente em direcção aos estuários, onde chegam entre Agosto e Outubro. Podem
permanecer nos estuários durante 1 ano, após o qual migram para o mar até
atingir a maturidade sexual: aos 2-3 anos de idade para os machos e 3-5 anos
para as fêmeas, dando continuidade ao ciclo de vida desta espécie.